domingo, 11 de novembro de 2012

- Juliaaaaa! Anda, seu irmão já ta no carro, só falta a senhorita atrasadinha. - Minha mãe gritando do andar de baixo. Eu mal tinha arrumado a minha mala ainda. Coloquei as roupas que estavam em cima da cama e as joguei de qualquer jeito na mala de vovó que a minha mãe tinha me comprado. Nós nunca de fato, viajamos, por esse motivo que eu nunca tive uma mala de viagem. É claro, não pensei que a minha mãe, iria me dar logo aquela mala do sótão toda empoeirada... Mas, tudo bem. Melhor uma mala de gente velha do que sacolas de super-mercado. Sim, eu pensei na hipótese de levar as minhas coisas em uma daquelas sacolas. E não, não sou uma louca. Eu só achei a ideia meio que prática... E eu adoro as coisas práticas. Eu não queria ter que mudar de casa. Eu me sentia bem ali. Meu quarto era meu santuário secreto, quando chegava depois da escola. Me escondia ali e surpreendentemente era feliz. Todos gostavam da antiga casa. Era pequena, mas tão tão aconchegante. Mas, minha mãe, a advogada importante e com mérito e a Senhora viúva Elizabeth, decidiu se mudar. E claro, me empurrar a sair forçadamente. Só para deixar claro, a advogada e a viúva, são as mesmas pessoas. É que, fica meio difícil definir a minha mãe de mãe. Até porque ela é muito importante nos tribunais. Não dizendo que ser mãe, não é importante. É claro que é. Mas para a Senhora viúva e advogada, ser mãe é um fato que a natureza teve que lhe esfregar na cara. Minha mãe era profissional em tudo que fazia, mas em relação aos filhos, meu pai que era o cara. Já pensei inúmeras vezes, que minha mãe deveria ser o homem da relação e não o papai. O papai era delicado e compreensivo. O oposto da advogada, mandona e exigente.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

5 parte: Jhulie ainda vive.

Primeiro Derick arregalou os olhos, depois começou a rir.
- Eu acho melhor você parar de tomar aqueles seus remédios.
James ficou com uma expressão séria.
- Isso é sério Derick, não é nenhuma brincadeirinha. - James suspirou. - É real.
Derick tomou uma pose de pessoa contrariada com a mão apoiando o queixo.
Típica cena daquelas pessoas pensadoras. James deu um sorrisinho torto.
- Não peço para você acreditar, mas promete que não contará a ninguém.
Derick virou-se para encarar James.
- Eu prometo cara. - Disse e depois riu. - Mas vai dizer que se você fosse eu, não teria se auto internado?


Voltou para o casarão. Nada para fazer. Decidiu ir arrumar as suas malas ainda espalhadas pelo chão do seu quarto. Pôs uma mala em cima de sua cama e começou a desfazê-la, notou que tinha colocado uma carta antiga que sempre levava consigo durante dois anos. Ainda bem que tinha parado de levar ela para todo o canto que ia. Mas ficou surpreso ao ver que ele tinha levado a carta, a maldita carta com ele.
Não gostava nem de comentar sobre o porquê daquela carta com a sua melhor amiga, a Cassie, imagina para os outros?
James de repente fechou os olhos e começou a lembrar...
Estava no último ano do colegial. Só para variar ele era mais um nerd entre os milhões que tinham naquela escola. Chamar atenção não era mesmo do feitio de James. Mas ele era apaixonado por uma menina, o que era algo muito estranho em relação á ele. Porque desde pequeno, não era muito de se apaixonar, ela era sua amiga desde o primeiro ano do colegial. Faziam tudo juntos, desde ir até a locadora para escolher filmes de faroeste até passar a noite inteira acordado no telefone porque ela não conseguia dormir.
James a amava. Porém tudo se foi quando ela do anda resolveu tirar a própria vida, é claro... Antes teve que escrever uma carta imbecil para James. Dizendo o porquê e pedindo para que ele a perdoasse. Ele sofreu muito, mais que qualquer outra morte de sua família. Porque de alguma forma ela tinha se juntado a sua família, mesmo ele não percebendo. James sabia que ela tinha problemas com a sua familia, que seu pai era alcoólatra e sua mãe gastava toda a grana em jogo do bicho.
Mas, era preciso isso?James nunca a tivera perdoado. Porque para ele, ela não passou de uma egoísta.
Mas isso era passado, não importava mais. Porque ela tinha ido embora, como fez o seu amigo Léo.
Ás vezes James achava que era por causa dele que as pessoas ao seu redor acabavam tirando a própria vida.
Desfez do devaneio e colocou a carta que estava em sua mão debaixo do travesseiro. Queria ter coragem o suficiente para rasgar a carta e nunca mais a ver, mas ele não tinha. Fechou os olhos e colocou as mãos na testa. Respirou fundo.
Decidiu ir tomar banho para começar a escrever o primeiro capitulo de seu livro. O mal de James era que de alguma maneira ele nunca conseguia terminar um livro que começava. Ele sempre parava no meio. Ele afirmava para si que o motivo, era a falta de imaginação, o "Travamento" das idéias, ou algo assim. Mas sabia que não era por isso. Era porque James nunca conseguia ir até o fim, ele tentava mas nunca conseguia. Sem sucesso.
Bateu o dedão na escrivaninha.
- Merda. - Foi saltando como um saci atrás da toalha no guarda-roupa. Espera. Ele tinha arrumado as suas coisas e as colocado ali?O sinal de alerta automaticamente se ascendeu na mente de James. Pegou a toalha com relutância e se enrolou com ela. Foi até a janela do seu quarto e parou para olhar para baixo. Só avistava árvores mergulhadas na escuridão da noite.
Bobagem, disse para si mesmo.
Ele nunca foi medroso, pelo menos até então.
Pegou uma outra toalha e começou a secar o cabelo.
Risinhos ecoaram pelo quarto e o ar começou a ficar mais gélido. James se arrepiou com o sopro atrás em sua nuca. Virou-se rapidamente pegando o seu celular em cima da mesinha fazendo parecer uma auto defesa. Como se um celular fosse o proteger de fantasmas. Ridículo.
- Vocês não me assustam. - Ele disse com a intenção de amenizar a situação. A situação de estar com medo. Mais para si mesmo do que para aquelas risadinhas irritantes que agora ecoavam pelo quarto.

quinta-feira, 29 de março de 2012

4 parte: Jhulie ainda vive.

A criança ficou olhando James com um sorriso no canto da boca. James por sua vez ficou do lado da janela do quarto.
- É... Deveríamos. - Disse a criança com um sorriso triste. James se arrepiou. Começou a pensar algum modo de sair dáli. Pensou em pular pela janela, só que já estava noite e havia muita neblina, para piorar se viu só de toalha. Como se o fantasma lesse os pensamentos de James, ele simplesmente evaporou. Assim, do nada. Bem na frente de James. Conseguiu respirar depois de quase meia hora prendendo a respiração. Sentou-se na cama e colocou as mãos sobre a cabeça. Tinha que sair dáli. Vestiu-se olhando para todos os cantos do quarto. Sentindo como se alguém observava-o e provavelmente estivera. Uma ideia completamente insana passou sobre a cabeça de James: Ir até a biblioteca. Porque Diabos, ele queria ir na biblioteca depois de ter mais uma prova para dar o fora dáli?Se sentiu ridículo por querer vê-la. Será que eu sou um tipo de esquisitão que ama ser assustado?Falou cômico consigo mesmo.
- Não, chega de sustos por hoje. - Pegou-se dizendo em voz alta. Nunca fora um rapaz que falasse consigo mesmo. Outro feito que dava pontos extras a loucura: Começar a falar sozinho. Mas é claro que nem ele mesmo se ouvia. Se viu subindo as escadas que davam acesso ao corredor da biblioteca. O telefone tocou. James sobressaltou-se assustado. Percebeu que suas mãos estavam suando. Desceu até a sala. E aquele "barulhinho" do telefone ecoava pela sala.
- Onde está esse maldito telefone?
Uma pequena curiosidade sobre James: Ele era muito, muito mesmo, desorganizado. Quando sua mãe vinha com aquele papo de "James você tem que ter mais atenção as suas coisas" e outros sermões de mães, James sempre vinha com a mesma desculpa "Eu me acho na minha bagunça".
Ali. Pegou-o telefone no seu décimo quinto toque.
- Alô? - Disse James receoso.
Nada.
- Alô? - Disse novamente James.
Nada outra vez.
- Quem fala?Odeio brincadeirinhas, só para constar. - Estava pronto para desligar o telefone, quando...
- É melhor você sair daqui. - Disse uma voz fina.
James perdeu o fôlego. Suas pernas começaram a bambar.
- Eu... Vou chamar a polícia. - Só depois de ter dito percebeu o quão estúpido foi ao dizer.
- Ah sim. É claro que a polícia irá acreditar. - A pessoa do outro lado da linha riu. O mesmo riso da biblioteca... Era ela.
- Quem é você?
- Não importa. Só saia, antes que os outros descubram que há alguém além de nós nessa casa...
- Nós... quem? Que... outros? - Disse James com dificuldade ao telefone. Começou a olhar para todos os cantos. Tinha medo de a qualquer minuto seu coração parar de bater. A voz do outro lado da linha começou a ofegar. Era óbvio que James sabia que era ela. Achou estranho por não querer que ela desligasse o telefone. - Você está ai?
- Meu Deus. Você é sempre tão teimoso?Estou falando sério, saia.
- E se eu quiser ficar? - Ele disse com um tom de firmeza em sua voz. Se sobressaltou consigo mesmo. Ela demorou para responder:
- Faça o que bem entender. - Ela riu nervosa. - Não é porque você me viu e viu meu irmão que sabe algo sobre fantasmas... Inocente demais.
Agora ele estava nervoso e irritado. Odiava que lhe dissessem que era inocente demais ou ingênuo.
- Já sou um homem formado, vocês não me dão medo.
Ela riu.
- Tchau. - E o telefone ficou mudo. James não sabia o que pensar sobre aquela conversa. Não sabia se já poderia se auto-intitular louco de pedra e pedir para sua mãe para que o internasse o mais rápido possível. Ele acreditava. Acreditava em fantasmas. Na casa. E nela.
 Acordou com uma frecha de luz da janela em seu rosto. Logo quando conseguiu abrir os olhos, seu celular tocou.
- Alo? - Ele disse bocejando.
- Oi filho, como você está, eu te acordei?" - Era sua mãe. Ela tinha a voz fanha e enjoada. James pensou como poderia acordar com uma voz daquela em sua orelha durante todo o ensino médio?
- Ah. Oi mãe. Sim, estou. Como andam as coisas ai?
- Oh! Estão indo bem. Só o seu pai que está com a ideia estúpida de viajarmos para a casa da mãe dele. Odeio aquela velha.
James riu. Sua avó e sua mãe eram idênticas em tudo. Porém, se odiavam. Vai entender.
- Vai ser divertido mãe, você vai ver.
- Não sei não, mas enfim, como estão as acomodações ai?O que anda fazendo?Não tem passado frio durante a noite?Está bastante frio, se você quiser que eu leve ai alguns camisetões de seu pai para você, eu posso...
- Não mãe. Não é preciso. Juro. - James disse num tom amistoso. - Estou bem, não tenho passado frio. As acomodações são... Excelentes. Eu tenho ficado de bobeira, mas ainda hoje irei até a pequena cidadezinha aqui e irei procurar emprego, prometo. - Ele disse.
- Que bom filho. Acho bom mesmo, você não irá poder se sustentar só escrevendo livros. Tem que ter alguma profissão, ou um emprego que você possa se manter e...
- Eu sei mãe. Irei fazer isso hoje. - James interrompeu-a. "Porque mães sempre falam demais?" - Mande lembranças á papai.
- Pode deixar filho, beijos, eu amo muito você. Se cuida.
- Irei. Também a amo muito. - E desligou.

Estava lendo o prólogo do seu futuro romance quando ouviu alguém bater na porta. "Droga". Deixou os óculos que estava usando em cima da mesa da cozinha e foi atender. Era Derick. Com o mesmo sorriso bobo em seu rosto e seu cabelo bagunçado.
- E aí cara, tudo na paz? - Disse Derick abrindo um sorriso exagerado.
- Tudo... Esse jornal por acaso é meu? - Disse percebendo que Derick estivera com o jornal em baixo dos braços.
- Ah, sim. - Derick sorriu. - Peguei para você, pode me agradecer quando quiser.
James ficou o analisando primeiro para depois pegar o jornal. Derick olhou para as pantufas que James estava usando e riu:
- Algo que esteja na moda? - Disse e começou a rir, fazendo aqueles "cut cut cut" sem som com a boca. James riu.
- Pelo menos são confortáveis. - Disse James olhando as próprias pantufas e dando pulinhos com elas. Derick riu.
- Cara, você é louco. - Disse Derick e bateu de brincadeirinha no ombro de James.
- É, eu sou mesmo. - Disse sem pensar James, ele lembrou-se dela. Nossa o que é que ele tinha?Pensou em contar o que estava havendo para esse cara, o Derick, mas será que ele era de confiança a tal ponto de não o denunciar como o "maluco da vila?" enfim, era melhor não arriscar, James concluiu.
Derick entrou antes de James o convidar para entrar.
- Acho que estou até me acostumando com você ser totalmente folgado. - James disse entre risos fechando a porta e voltando onde estivera antes da campainha tocar. Derick riu.
- Ah! Que bonitinho esse menino, dá até vontade de morder. - Derick zombou rindo indo para perto onde James estava.
- Vixi, é melhor você guardar os seus sentimentos por mim aí com você amigão.
- É melhor, não quero estragar a nossa amizade - Derick começou a rir tanto que James pensou que ele iria se sufocar, mas depois James começou a rir também. Ele nunca tinha rido assim, talvez seja porque nunca tivesse motivos para rir. Ele se acostumou a ser sério e totalmente antipático e automático, daqueles que dizem "ahan, sim, não, ah pois é" resumindo, sua vida era sem graça. Até então. - Ei cara, você que escreve essas coisas aqui? - Disse segurando os papéis do prólogo que James estava escrevendo. James assentiu.
- Ainda estou no começando... Mas acho que me mudando para cá, trouxe...
- Inspiração? - Completou Derick. James sorriu. Inspiração... Ela, certo?Ou errado?
- É, talvez.
- Vixi, quando ficam assim parados parecendo bocós, é sinal de estar apaixonadinho.
James riu e sentou na cadeira que tinha na cozinha.
- Não... Não tô. - Ficou olhando para suas mãos. Derick deu uma risadinha.
- Se você diz...

Foram para algum tipo de restaurante que ficava perto do super mercado que James já havia ido. Ele até poderia preparar o almoço lá no casarão, porém, só tinha miojo e um pedaço de pizza, preferiu ir com Derick para o "restaurante mais movimentado". Porque de movimentado não tinha nada, só tinha umas dez pessoas no total no espaço todo. Mas a comida até que era boa, tirando o fato de que só havia dois homens para lidarem com a comida e ao mesmo tempo servirem. James tentou não olhar para o "garçom" magricela com uma enorme cicatriz no rosto. Mas algo nele fez James ter arrepios, e acho que ele notou isso, pois ficou encarando por bastante tempo James enquanto anotava os seus pedidos. Derick nem percebeu, melhor assim. Tudo naquela cidade parecia extremamente estranha, desde os lugares super vazios, até as pessoas com um olhar de cansaço.
- Só tem essas pessoas nessa cidade? - Perguntou James enquanto dava sua primeira garfada no seu bife, Derick murmurou um "Uhum" com a boca cheia de espinafre. - Ou tem... Só que, sei lá... Por algum motivo elas não saem das suas casas?Porque para ser sincero, isso aqui ás vezes me dá medo.
Derick começou a rir com a boca cheia.
- Relaxa cara, essa cidade do inferno é assim mesmo, infelizmente. Mas você se acostuma, vai por mim.
James assentiu com um sorrisinho, só que ainda assim achava tudo muito estranho.
É isso que James tinha medo: Se já era estranha, sem o fato de os outros virem os fantasmas que James via... Uau, que lugar mais agradável que ele escolheu para morar. Derick lhe cutucou em baixo da mesa com o garfo, James soltou um "Ai" e ele apontou para a direita de James.
Ah que beleza. Era a mulher do super mercado, aquela que tinha flertado com ele e ao mesmo tempo estava mascando chiclete. Derick deveria gostar dela, porque não parou de olhá-la.
- Linda, né cara? - Disse ele com os olhos brilhando e quase deixando o cotovelo derrubar o copo. James segurou o copo. - Nossa, valeu... Mas enfim, cara ela é tão linda.
James olhou mais uma vez para ela e ela deu um sorrisinho para ele. Ela não era nada mal, James percebeu. Tinha cabelos encaracolados e loiros, mas seu rosto tinha ar de vulgaridade e suas roupas não cobriam grande parte da sua pele á mostra. James não ia muito com "a cara" de meninas assim, achava desnecessário. Mas aquele menina, fantasma, ou o quer que seja na biblioteca... Ela era o tipo dele. E olha que ele nem sabia que tinha um.
Derick o tirou do devaneio com um:
- Pelo amor de Deus, ela sorriu para você!O que você fez?! - Ele ficou todo empolgadinho e James deu um gole no seu suco, demonstrando desinteresse.
- Sei lá... Ela meio que me paquerou esses dias.
Derick abriu a boca para falar alguma coisa mas a fechou e deu um sorrisinho. - Legal, cara.
- Ei, eu não estou nem um pouco interessado... Relaxa. Você gosta dela? - James perguntou mais como uma pergunta aleatória do que qualquer outra coisa. Estava tão na cara, ele ficava a olhando quase deixando a baba cair no prato. Realmente existia gosto para tudo.
- Gosto... Mas ela nunca me deu bola entende?Nunca, desde que a gente era criancinha... Acho que é por eu ser babaca. - Disse e abaixou a cabeça fitando o prato já vazio.
- Você babaca?Eu diria que era ela que era... Ok, desculpe. - James apressou-se para corrigir, Derick quase o matou fuzilando. - Mas cara, porque você não vai até ela e diz o que você sente?
- E você acha que eu já não tentei isso? - Derick bufou. - Eu tentei, já cheguei nela e disse... Mas af, deixa para lá.
James entortou a boca.
Será que Derick não percebia que ele era muito para aquela menina com quase metade dos seios aparecendo?Por Deus.
- Quer sair daqui? - James perguntou e Derick olhou com olhar de cachorro abandonado.
- Tudo bem...
- Ei, menino. - Era a menina com o cabelo encaracolado. James bufou, logo quando estavam saindo da mesa... Maldição. - Você mesmo. - Ela repetiu se apressando até chegar onde James estava, ele não conseguiu mais ignorar.
- Ah, oi.
- Oi. - Ela sorriu e James percebeu que Derick já estava do lado de fora do restaurante. - Enfim, te encontrei... Nunca mais te vi por aqui.
James deu o seu famoso sorrisinho de estar incomodado mas não querendo ser grosseiro.
- Pois é, muito trabalho. - Disse olhando para detrás das portas do restaurante. Derick estava mais correndo do que andando. - Eu tenho que ir, me desculpe.
- Pera ai. - Ela o segurou pela manga da blusa dele. James revirou os olhos. - Qual o seu nome?
- James.
- Prazer James... O meu é Andy, mas pode me chamar de Dy quando quiser.
James assentiu com a cabeça.
Queria sair dá li.
- Realmente tenho que ir, se não se importa... - Disse ele abrindo caminho.
- Hum tudo bem, eu te vejo por ai. - Disse Andy dando um sorriso. James não retribuiu.
Teve que correr para chegar até onde Derick estava.
Estava não muito longe do restaurante, sentado em uma das rochas que tinham por lá.
James sentiu tanto por ter que ter passado por aquilo. Derick estava com fones de ouvido e totalmente alienado o que acontecia ao seu redor.
Se bem que naquela cidadezinha não acontecia nada mesmo.
- Ei cara. - James disse batendo de leve em seu ombro e sentando-se ao seu lado. Derick sobressaltou-se e depois bufou.
- Oi. - Disse Derick com bico.
- Não fica assim não irmão, sinceramente acho que você merece coisa melhor.
Derick o fuzilou e grunhiu.
- Fica quietinho James. - Pela primeira vez James viu raiva nos olhos do brincalhão Derick.
O que uma mulher não poderia fazer?Meu Deus.
- Tá certo, foi mal. - Disse James levantando-se da rocha para ficar em pé em sua frente.
Derick levantou o olhar para olhar para ele. - O que foi?
- Se eu te contar uma coisa... Promete não me julgar um louco e me denunciar para o hospício? - Começou James cauteloso.
Sabia que não era legal ficar espalhando, mas ele tinha que contar aquilo para alguém. Queria saber se estava louco ou são. Achava que Derick não contaria á ninguém. James torceu que sim, não queria ser conhecido como lunático.
- Claro cara, o que você fez? - Derick disse com a sua voz costumeira entre risos.
Será que poderia contar?Mas e se.... Ah dane-se.
- Tá legal. - James começou cauteloso sentando-se novamente ao lado de Derick. - Se eu te disser que eu vi... Hum, fantasmas?Naquela casa... Você iria acreditar?





sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

3 parte: Jhulie ainda vive.

Sentou-se na cama e abriu o livro. No primeiro instante em que tinha visto aquele livro, tinha ficado indeciso se devia abrir ou não. A capa já trazia energias que James não queria saber quais eram essas energias. Era preta de capa dura, ele começou a folhear as páginas. Como se quisesse mesmo lê-las. Sabia que queria ver a foto, só que não admitia. Até que se pegou vendo a foto novamente. O bizarro disso tudo é que: Ele queria vê-la. Seu olhar vago para o nada, suas pupilas totalmente pretas e seu meio sorriso. Até sua pele lhe intrigou, James pensara que ele era branco... Mas essa garota era translúcida. Seus cabelos negros que iam até a cintura, eram bonitos. James admitiu. Qual seria a história daquele lugar afinal?Estava tão focado na foto que segurava que não escutou a porta do seu quarto rangendo. Ele lembrava do que ela havia dito... Meu Deus, porque ele ainda estava lá?Porque não saia dali como as pessoas normais fariam? "Sempre soube que não era normal".
- Eu devo estar pegando a loucura do Tio Rô. - Viu-se dizendo em voz alta. Tio Rô... Era irmão de sua mãe, sempre sua mãe lhe contava em como seu tio foi parar no hospício. "Ele começou ouvindo vozes pela casa e sempre me dizia o que elas falavam para ele, pobre coitado. Depois teve a insanidade de pular de um penhasco, por sorte não morrera. Nossa...Sua avó passava por cada coisa."  E assim quando eles faziam algo "fora do comum" eles lembravam do tio Rô. James se repreendeu. Sempre achou errado que sua mãe e seu pai zombassem do seu tio que havia sido internado num manicômio. Será que ele sonhou com tudo aquilo?Com a menina, com os livros no chão, as prateleiras... A menina?Deitou-se na cama. Percebeu que não tinha desarrumado suas malas. Depois... James pensou consigo mesmo. Só foi James fechar os olhos que o ranger que anteriormente ele não tivera escutado começasse novamente. James abriu abruptamente os olhos. Não... Por favor... Repetia para si mesmo. Foi até a porta. De onde ele vinha tirando aquele heroísmo?Santo Deus.
- Deve ter sido só o vento. - Murmurou, querendo que fosse verdadeiro. Sabia que não era. As portas haviam sido trancadas, as janelas estavam fechadas... Menos aquela. Ah, que legal. James foi até a janela. Não conteve e olhou além dela: A vista era de tirar o fôlego. A lua parecia maior e o céu estava carregado, neblinas cobriam a parte escura do céu. Fechou a janela demoradamente. Poderia ficar ali olhando a neblina da noite horas e horas sem se incomodar. Decidiu tomar banho.
- Pare de besteira, era só... O vento. - Murmurava para si mesmo enquanto ia pegando suas roupas e a toalha. Deixou o seu Ipod na escrivaninha do banheiro tocando o modo de músicas aleatórias. Saiu do box e pegou a toalha que tinha colocado ali... Onde estava a toalha?James se lembrou de coloca-lá em cima da pia. Tinha certeza disso... Olhou para o espelho do banheiro havia uma carinha " :) " no reflexo. Ele tinha feito aquilo?Não se lembrava. As músicas continuavam a tocar, mas quem é que estava ainda escutando, não é mesmo?James desligou o Ipod. Saiu do banheiro a procura da toalha: Nada. Resolveu pegar outra na mala. Sentou-se na cama todo encharcado e pegou a mala, tinha que haver uma ali.
- Seria essa? - Perguntou uma voz fina de criança atrás de James.
James deu um grito. Pegou o travesseiro. E virou-se para a porta.
- Q-quem está ai? - Gaguejou. Suas mãos começaram a gelar, como seus pés também. O ar ficara mais gélido ou era impressão?Não James, foco. Alguém tinha falado com ele. Ele ouvira, não foi?Risos ecoaram pelo quarto. Ah, que beleza. Não, não, não, é tudo fruto da sua imaginação, calma, respira. Dizia para si mesmo sem muito sucesso.
- Você deixou a toalha ali na escrivaninha. - Disse a voz de criança zombando de James. James não queria abrir os olhos... Não queria. Não podia. Abriu-os. A criança estava parada em frente a porta com um sorriso ingênuo no canto da boca e o olhar travesso. Era um menino de nó máximo 8 anos de idade. Seus cabelos eram pretos e os seus olhos... Eram iguais a da moça na biblioteca. James não conseguiu parar de tremer, o travesseiro que estava lhe cobrindo começou a tremer com as suas mãos. Olhou para o canto, onde estava a escrivaninha. Ali. - Pode pegar, eu não mordo, eu acho. - Disse a criança se detendo para não rir. James estava assustado e irritado. A pior mistura que alguém poderia proporcionar a James. Se viu correndo até a escrivaninha pegou-a e se enrolou com dificuldade.
- Posso olhar agora? - Zombou a criança entre risos. James bufou. Então era isso, mais um fantasma?Que ótimo. Não sabia se ligava para sua mãe e contasse que estava quase um tio Rô da vida.
- Sério... Ontem lá na biblioteca. Puxa, "aterrorizante". - Disse o fantasminha entre risos e sentando-se na cama. Vestia uma blusa branca por baixo do shorts azul escuro. James ficou boquiaberto. O que poderia falar afinal?Olá tudo bem. Ah sim, nossa terrível ontem na biblioteca? - Não vai falar nada? - Disse a criança. - Mas eu vi você falando com a minha irmã, porque não quer falar comigo... - Levantou-se com a cabeça baixa. Ele... Ele estava triste?Meu Deus. James colocou as mãos na cabeça.
- Eu endoidei, é foi isso. - Mas não podia ser sonho ou qualquer coisa do tipo... A criança estava com a cabeça para o lado o analisando. Sentiu um frio na sua espinha, percebeu que só estava de toalha. Corou.
- Minha irmã te achou bonito, não vejo nada demais. Além da sua barba por fazer e suas olheiras. Você tá parecendo um fantasma. - Começou a rir como se tivesse contado alguma grande piada. James se irritou. Espera um instante. Ele se irritou e não tinha ficado com medo agora?Meu Deus. Esse era a próxima etapa de loucura: Se acostumar a ver fantasmas. Era só o que me faltava, disse para si mesmo.
- Eu... Quem são vocês?E porque estão aqui?Não deveriam... - James engasgou-se com as palavras. - Sei lá... Estarem no céu, ou onde quer que vocês tinham que estar?

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

2 parte: Jhulie ainda vive.

 James não sabia o que fazer, ou ele iria ligar para a corretora e lhe despejar vários palavrões e dizer tudo o que se passou e que iria processar a empresa ou iria ficar ali e descobrir toda a história daquele lugar.
Ps: Qual escolha vocês acham que ele fez?Sim... É obvio.
Ficou andando de um lado para o outro na sala olhando para o telefone que estava em cima do piano. Pensou em ligar para seus pais, mas se conteve. Não queria passar uma imagem de "menino medroso", mas também como ele iria ficar naquela casa com aquela menina fantasma?Na verdade ele não sabia o que pensar sobre o que vira naquela noite. Era tudo "meio" surreal para falar o mínimo. Sentou-se no sofá da sala e ligou a TV velha. Estava passando Os simpsons, ele odiava... Mas era melhor do que ouvir o silêncio que aquela casa proporcionava. Parecia que o tempo tinha congelado, as horas não passavam. Ainda era noite e James não conseguia parar de pensar na menina da biblioteca.
- É muito surreal.. Não é possível. - Disse James colocando as mãos no queixo dizendo para si mesmo.
Olhou para a TV, porque era tão entediante ver o Homer fazer suas trapalhadas?James bocejou. Não podia dormir, não ali. Ficou batucando os dedos em seu queixo. O telefone tocou.
- Alô? - Disse James desconfiado.
- Oi... Não vai achar incomodo eu estar te ligando não é? - Disse a voz do outro lado da linha com risinhos chatos. A corretora, James pensou.
Pensou em despejar aquelas reclamações para ela, mas estava com muito medo de ficar sozinho novamente e então ele disse.
- De modo algum. - Limpou a garganta. - O que fez a Senhorita me ligar? - James queria ouvir alguma voz sem ser a dele naquela casa, mesmo se a voz fosse da corretora bochechuda e desagradável que lhe perseguia.
- Já sabe o timbre da minha voz... - A corretora riu. James revirou os olhos. - Como está sendo sua primeira noite ai querido? 
James não sabia se contava ou não. Querido?
- Está tudo indo bem... Mas me diz porque está ligando? - Disse James não querendo soar indelicado. Ele ouviu uma respiração profunda do outro lado da linha. - Senhorita Geórgia?
- Ah... - Disse Geórgia. - Eu queria saber como você estava. 
James parou para pensar. Ele nunca fora um cara que "arrasava corações", na verdade tivera poucas namoradas durante sua vida. De algum modo, a corretora tinha ficado encantada com ele, mas porquê?
- Estou bem, obrigado. - Disse James exitante. Geórgia respirou pesadamente na outra linha. - Você está bem?
- Estou... - Ela riu mais uma vez. - Bom... Boa noite James. 
James ficou imaginando do que é que ela estava rindo. "Só pode ser doida".
- Boa noite Senhorita Geórgia. - Disse e ela desligou o telefone. James coçou o coro cabeludo. Que mulher maluca, pensou. Só depois que percebeu que estava novamente sozinho naquela casa, abraçou a si mesmo, estava frio. Pensou em colocar lenha na lareira, mas repensou: Teria que ir lá fora para pegar gravetos, o que era uma ideia fora de cogitação. Os Simpsons já tivera acabado e James resolveu dormir na sala. Não teve coragem de sair dali para pegar travesseiros ou cobertores, se encostou no sofá e fechou os olhos depois de checar que não havia ninguém ali. Dormiu pesadamente apesar do que acontecera.




- Não James! - Dizia uma voz feminina rindo. Ele estava nos fundos da casa. Á principio estava sozinho, mas depois a voz se aproximou e era ela. Seus cabelos balançavam contra o vento e sua franja lhe cobria o rosto, estava sorrindo para ele. - Você sempre rouba. - Disse se aproximando de James para pegar em sua mão. James riu.



Acordou com a frecha de luz que vinha da janela em direção ao seu rosto. Balbuciou ao se levantar. Sonho um tanto adequado, pensou James com ironia. Foi até o banheiro que ficava no segundo andar. Ainda ficava exitante, afinal, não é todo dia que você vê um fantasma. Aquela manhã, por mais incrível que possa parecer não aconteceu nada fora do "normal". James tomou banho, vestiu-se um moletom preto e calça jeans, colocou um chinelo de dedo e pegou o seu Ipod em cima da escrivaninha. Depois de ter ido até a cozinha e notado que não havia comida, bufou. Sempre fora alimentado pelos pais, era uma coisa nova para James que nunca tinha morado sozinho. Começou a pensar no arroz com estrogonofe que sua mãe fazia, aquilo fez James resmungar. Percebeu que não havia ligado para seus pais... Mas depois ele ligaria, não queria conversar. Pegou as chaves da casa e foi em direção a porta: Teria que ir ao super-mercado. James odiava com todas as suas forças ir ao super-mercado. Um dos motivos, era a demora que sua mãe fazia ele esperar até escolher todos os itens no papel que tivera marcado (era uma lista de no minimo 30 itens) e outra porque odiava muito tumulto. Onde tinha muita gente, James ficava enjoado. James achava o fato de ter poucos amigos por causa disso: Ele era extremamente anti-social, anti-sorrisinhos, anti-risadinhas. Ás vezes sua mãe lhe dizia que James pensava e agia como um homem de 40 anos, não sabia se isso era bom ou ruim. 


- Dinheiro ou cartão? - Disse a atendente do caixa magricela mascando um chiclete olhando para James. 
James tirou do bolso 10 reais e entregou-os para a atendente, ela sorriu para ele. James fingiu não notar. O que diabos essas meninas vêem em James?Na verdade James era um cara bonito. Só que não muito simpático... Sempre diziam que parecera com seu pai. Seus finos traços do rosto eram da sua mãe, sua pele branca era herdada do pai. Seus olhos eram pretos e James tinha um corpo bonito para um garoto de 23 anos. Seus cabelos sempre foram rebeldes, sua franja não lhe obedecia, sempre caída sobre seus olhos. 


- Obrigado. - Disse James pegando as sacolas em cima do balcão, a moça sorriu nervosadamente para ele.
- Imagina. - Ela riu. James lembrou de hienas. - Até mais ver. 


James acenou com a cabeça e deu um sorriso torto. Depois de quase meia hora andando até chegar a casa, James jogou as sacolas no balcão da cozinha. Incrível que todas as coisas, desde mercados, casas e até mesmo civilização, ficavam longe dali. Logo quando James estava tirando as mercadorias das sacolas, alguém bateu na porta. James exitou por um momento. Não queria ter que topar novamente com um fantasma ou coisas do gênero. Engoliu em seco. Fora até a porta, o que lhe fez desejar um desses "olhos mágicos". Abriu a porta com cuidado. Era um rapaz, de 20 e poucos anos, com a barba por fazer, os olhos caídos parecidos com os de um gato e magricela. Ele acenou.
- Oi, Beleza? - Disse o rapaz diante de James. James endireitou a cabeça. - Novo aqui não é?
Existia alguém naquela rua sem ser ele?James pensou.
- Oi... É sou sim, e você é?... 
O rapaz deu meio sorriso.
- Me chamo Derick. - Disse apertando uma das mãos estendidas de James. James sorriu.
- Sou James. - Disse apertando a mão de Derick com um sorriso. - Pensei que era o único a ter uma casa por aqui.
Derick riu.
- Na verdade, é sim. Você deixou cair sua carteira lá no super-mercado, gritei e corri até você, mas você não estava escutando... Foi mal cara. - Disse Derick entregando a carteira de James. 
- Ah... Obrigado. De verdade. - Disse James analisando a carteira. - Eu devia estar com fones de ouvido e escutando slipknot. - James disse querendo soar agrável. O que ele sabia que não era.
- De boa. - Falou Derick. - Sério mesmo... Não sabia que alguém tinha comprado essa casa.
- Porque não comprariam? - Pensou automaticamente na menina de ontem a noite. E repensou novamente. É claro que ninguém compraria aquela casa, só se a pessoa gostasse de conviver com fantasmas que te assustam e zombam de você de noite.
Derick ergueu uma de suas sobrancelhas.
- Dizem que ela é assombrada... Ninguém falou pra você?
- Hum... Acho que não, quer entrar? - Perguntou James abrindo mais a porta. Derick exitou e entortou a boca. James riu. Derick entrou cautelosamente.
- Legal a casa... Tá certo que eu nunca moraria aqui, mas né... 
James pigarreou. 
Derick era um rapaz a qual James nunca seria amigo. Porque era muito moderninho demais pra James. Enquanto uns jovens viviam no shopping, praia e baladas, James sempre fora um cara que a sua vida toda se resumia a livros. Estudos e estudos... E quanto a socializar?Não era muito de chegar nas pessoas, mas se elas lhe interessavam ele corria atrás. O que concluía que nenhuma pessoa lhe interessou... Até então.
- Sente-se ai cara, quer refrigerante, água?... 
- Refri. - Disse Derick já se apossando do sofá da sala. James bufou. - Qual é. - Derick riu. - Sente-se também.  - Apontou para o lado direito do sofá.
- Tenho que fazer o almoço, mas valeu sabe. - Disse James ironicamente, o que fez Derick rir e se espreguiçar. - Sempre é assim?Tipo chega e pronto e acabou?
Derick fitou James querendo rir, se conteve. 
- É claro que não, meu amigo. - Fez uma voz forjada de gente rica. - Só sou assim com pessoas que eu acho que me convém. 
James riu.
- Então eu seria uma dessas pessoas?  - Perguntou ainda rindo virando-se para pegar o refrigerante da sacola e entregando a Derick.
- Sempre irmão. - Pegou o refrigerante e bateu no braço de James, como camarada. James revirou os olhos. - Quer ajuda ou algo assim?
James olhou sobre o ombro.
- Tá tranquilo... Você quer almoçar aqui? - Perguntou receoso.
- Claro! - Respondeu Derick com um sorriso exagerado. James sorriu. - Só deixa eu ligar pra minha mãe e dizer que já estou filando boia na casa do meu melhor amigo. - Brincou.
James riu. Quanta ironia, não?Ele sempre falava mal de meninos que eram espantosamente muito engraçados e olhe só: Estava convidando um para almoçar com ele.
Não sabia que se sentiria bem ao lado de Derick. Puxa, como era bom não ficar sozinho naquela casa grande e esquisita. Mas quando a noite se aproximou ficara sozinho novamente. Derick ficou lá para almoçar, depois viu TV, falou, falou e falou. James só ouvia. Como podia uma pessoa poder falar tanto quanto aquele menino?Por volta das 21:00hs ligou para sua mãe. Estava literalmente surtando. Mães... Ruim com elas, pior sem elas. E digamos que a mãe de James era daquelas sargentos, o pai?Bom era o marido... Maridos tendem a ser tontos perto das suas esposas. Não era diferente. 
- Sim mãe. Não mãe. Uhum. É claro... Eu também te amo.
Tipica conversa de mãe e filho.
- E como é a casa?Quando podemos ir visitá-lo?Seu pai não para de falar que sente orgulho do nosso filhinho que cresceu... Deixando claro contra a minha vontade, mas fazer o que, esses filhos eles me...
- Mãe, eu te amo. Pare com isso. - Entrecortou James entre risos. - A casa é... - Mal-assombrada, com ar gótico e não tem nenhuma civilização a mais de meia hora dali. Também existia meninas fantasmas, mas é claro que ninguém tinha dito para ele, porque diriam não é? - Legal. - Mentiu James. - Diga para o papai que logo-logo vão poder me visitar, me deixem primeiro me instalar está bem?Eu amo vocês dois. E estou bem pela milésima vez. 
- Ok filhinho, eu te amo. Qualquer coisa ligue para a gente, ou venha até aqui se sentir medo, está bem? - James pensou muito naquela palavrinha "sentir medo", riu consigo mesmo. O que fez sua mãe questionar. - James?James pelo amor de Deus, que houve?
- Tá tudo bem mãe, eu só lembrei de uma piada... Boa noite, durmam bem. - Desligou o telefone antes que sua mãe fizesse novos questionamentos que James não estava nem um pouco afim de responder. Mas depois se xingou mentalmente: Tinha ficado sozinho novamente. Que inferno. Sabia apenas de uma coisa: Não iria tão cedo para aquela biblioteca. Subiu até o quarto que tinha se instalado, suas coisas ainda estavam no chão. Pegou as malas do chão e colocou-as na cama. Foi pegar a sua carteira que estava em baixo da cama. Ele sentiu algo além da carteira. Se afastou como um raio da cama. Depois foi se aproximando do lugar que a carteira estava, ao lado estava aquele livro que ele tinha pegado... Porque Diabos ele tinha pegado aquele livro?

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Jhulie ainda vive.


James iria se mudar para uma casa nova. Iria finalmente morar sozinho, sem seus pais e suas regras democráticas. Estava tudo saindo conforme ele havia mentalmente idealizado. Logo no inicio quando a corretora apresentou a casa para ele, algo nele dizia que aquela casa seria excelente. Diz ele que ela lhe passava segurança, um to familiar de "Lar doce lar"...
É claro que James não sabia toda a história da casa. Ele não ficaria nem um minuto nela. Pena que ninguém o alertou.
- Espero que goste do lugar. - Disse a corretora para James abrindo um sorriso que mostrava dentes tortos e irregulares. James deu-se meio sorriso.
- É perfeita. - Disse James, colocando as malas que acabara de tirar do táxi para dentro da casa. A corretora fizera questão de ir com ele. - Obrigada por tudo, até mais ver... - Disse fechando a porta, a corretora interrompeu James.
- Deixo as papeladas amanhã de manhã para você, está bem? - Disse a corretora abrindo mais um de seus sorrisos e exibindo seus dentes que amedrontavam um pouco James.
- Está bem. - Disse James com um sorriso forçado. A corretora assentiu. Quando deu um sinal de "tchau" e subiu no banco do carona do táxi. James bufou.
- Que mulher persistente. - Revirou os olhos. Ele já havia ido até lá para verificar se era mesmo aquilo que as fotos da internet lhe indicavam. Logo no início, James simpatizou com a casa - Pena que a corretora não largou do seu pé desde então, lhe telefonando para flertar com ele, tendo como desculpa a casa. Sem mencionar que fora até onde James morava e lhe ofereceu bolinhos feitos por ela.
James começou a andar pela a casa. A estrutura era antiga, os móveis por incrível que parecesse estavam intactos depois de tanto tempo. Só informaram James que o antigo proprietário morrera com a sua família há mais de trinta anos. Começou a passar os dedos no piano cheio de poeira que havia na sala. Em que está era imensa - James até achou estranho uma casa desse porte estar valendo menos do que o esperado. Sentou-se no banquinho e começou a dedilhar e a tocar Mozart. James sorriu. Fazia tempos que não se sentia feliz. Sempre morou com seus pais, mas quando completou 22 anos, decidiu-se mudar. Tanto para crescer, para também se ver longe das inúmeras regras que seus pais exerciam. James quando era mais novo, até suportava, mas depois... Isso foi o asfixiando.
Estava num dos quartos. Deitado, fitando o teto. Suas malas estavam jogadas pelo chão. O quarto combinava com a casa em si - Aliás tinha mais de cinco quartos, James pensou se não ficaria muito sozinho naquela imensa casa, mas logo afastou o pensamento. Nunca se sentira tão bem consigo mesmo. Havia uma escrivaninha perto da janela. A vista era excepcional. Havia várias árvores e o céu parecia mais amplo ao enxergar por aquela janela. O piso era de madeira e a cama era uma daquelas grandes que cabiam cinco pessoas. Havia um ventilador de teto e um guarda-roupa que James nunca pôde ter um luxo de ter um. Os demais quartos eram idênticos, mas algo neste quarto fez com que James se sentisse seguro. Não sabia se era por causa daquela vista tão esplêndida que fez James arfar num primeiro instante. Estava deitado quando ouviu um barulho vindo do sótão. Ficava em cima do quarto que James estava.
Toc toc toc.
Á principio James pensou que fosse alguém batendo na porta e desceu as escadas para ver o que era. Não tinha ninguém lá. Então voltou ao mesmo pensamento de que havia vindo do sótão que ficava no último andar da casa. Subiu os degraus, percebera que não chegara aquela parte da casa. Porque será que não?Não tinha se lembrado de uma outra escada que dava acesso aquele lugar. Só havia visto o térreo da casa e o segundo andar, em que ficava os quartos e os banheiros. Enquanto andava sobre o corredor foi abrindo cada uma das portas até chegar ao sótão. Tivera uma sala vazia com apenas uma poltrona no centro e uma janela á esquerda e foi em outra porta. O lugar era idêntico. Uma poltrona no centro e uma janela a esquerda. Estranho. Pensou James. Na terceira porta, James "meio" que esperava achar uma poltrona e uma janela como os demais cômodos daquele lugar - Terceiro andar. Mas não... James piscou várias vezes boquiaberto. Era uma biblioteca imensa, tinha livros espalhados até no chão. James percebeu. Entrou e percebeu que havia três corredores. Não dava para perceber que aquela casa tinha tamanho porte para uma biblioteca imensa feito aquela. James foi para o primeiro corredor de estantes de livros. Seus olhos brilharam. Uma de suas paixões era leitura. Amava ler. Passou os dedos sobre os livros que passava, depois foi para o segundo corredor...O terceiro. Quando chegou na última fileira de livros, todos os livros - Sem exceção. Haviam sinais de que haviam sido queimados. Pegou um dos livros que estavam na estante e abriu-o. A capa estava toda suja de fragmentos de um pós-incêndio. Se por acaso tivesse ocorrido um incêndio - O que James resumiu. Porque só esta parte da estante de livros foi prejudicada?James pegou-se perguntando. James folheou não sabendo o que procurar. Havia uma foto. Era bem antiga, estava ficando amarelada. James percebeu. Era uma moça bonita, de cabelos negros compridos até a cintura. Vestia um vestido branco até as canelas e sorria delicadamente para a câmera. A moça estava na frente da casa. James percebeu pelas janelas e pela porta de madeira e as árvores ao seu redor. Ela estava sorrindo, mas no seu olhar... James não teve certeza mas, seu olhar lhe condenava. Seus lábios estavam numa cor rosa claro, mostrando um sorriso discreto, mas os seus olhos... Eles eram pretos. Literalmente pretos. James sobressaltou-se. Começou a soar frio, suas mãos começaram a ficar úmidas e a biblioteca pareceu encolher. Viu mais uma vez a foto da menina na foto. Mordeu os lábios. Não sabia o porque, mas achava que conhecia ela de algum lugar... Mas de onde?Se disseram que a sua família toda tinha morrido há 30 anos atrás?James coçou o coro cabeludo. Sentiu seu corpo congelar.
- Melhor eu sair daqui. - Disse abruptamente colocando o livro de volta ao seu devido lugar, quando fora em direção a porta para sair da biblioteca, ela havia sido trancada. Como isso poderia ser possível?Não tinha nem sequer chaves nas portas do lado interior da casa. Tentou novamente. Nada. Tinha sido fechada do outro lado. James começou a andar pela biblioteca, tentou empurrar as janelas, mas elas estavam com trinco. Começou a ficar desesperado. Procurou no bolso da sua calça seu celular.
- Que droga. - Resmungou colocando os braços contra seu peito. O ar parecia ter ficado gelado de repente. James conteve um grito quando um livro caiu da primeira fileira, depois outro... Até que todos os livros empilhados há cinco minutos atrás na estante, foram parar no chão. James começou a gritar, socar a porta. Depois se sentiu ridículo, é claro que não era nada relacionado há algo sobrenatural ou nada parecido. James tentava não entrar em pânico... Mas quando viu que a segunda fileira, a segunda prateleira, os livros começaram a cair um por um, mais lento do que os da primeira fileira, James começou a tremer e vasculhar algum canto pra sair dá li. Fora até a janela perto da segunda prateleira, arfou. Era impossível abrir as janelas, foi correndo novamente para a porta, chutou-a até sua perna começar a doer a fraquejar. Tomou fôlego e no mesmo instante a terceira prateleira começou com o ritmo frenético de livros caindo ao chão.
- SOCORRO!!! - Gritava, mas era óbvio que ele era o único morador daquela rua. Que ótimo.
Um vento forte bateu nos cabelos de James. Se encolheu diante da porta com olhos assustados e esbugalhados. Ouviu um chiado, como se fosse de uma TV sem sinal. A primeira prateleira caiu num chão com um baque ensurdecedor e depois foi a segunda... James "meio" que esperava a terceira cair, mas não. Ela continuou imóvel. James estava literalmente tremendo, não sabia o que tudo aquilo estava significando. Ele nunca foi um homem que acreditasse em coisas que os olhos não pudessem explicar, mas lá estava ele... No meio de uma biblioteca do "tipo" fantasmagórica, com as estantes caindo o ar gélido e ouvindo chiados. Tentou a porta mais uma vez, nada. Até que, ele - Com uma coragem absurda. Foi até a terceira prateleira, exitante. Parou em frente a ela e só havia um livro que não estivesse no chão. O que ele havia minutos atrás folheado... Mas a foto, ela estava na capa. James começou a titubear. Estava aterrorizado. Que bela casa. Pensou ironicamente James. Ainda exitante foi até o livro, pegou-o. Analisou de novo a foto da menina no retrato. Será que era ela?Não, não poderia... Só poderia estar começando a ficar lunático. Colocou-o de volta na prateleira, no mesmo segundo viu-se uma sombra preta atravessando a direita. James pulou.
- Q-Quem está ai? - Gaguejou, era óbvio que não havia ninguém. O medo tomou-lhe conta, em pensar que estava sozinho... Ou ele achava que estivera. Até que risos ecoaram pela biblioteca, James sobressaltou-se caindo para trás, a risada era melódica e cada vez mais parecia se aproximar. James por impulso colocou as mãos sobre o ouvido e se encolheu no canto da biblioteca. A risada parecia mais alta, mais nítida e clara e vozes tomaram forma, James por sua vez não conseguia abrir os olhos. Estava com medo do que poderia ver.
- Oi. - Disse a voz perto da orelha de James. James gritou.
- Tudo bem... - Risos. - Não quero lhe machucar... - Disse a voz fina e delicada James percebeu, melancólica. - Me chamo Jhulie... Jhulie morgan.
James abriu os olhos, suas mãos tinham parado de tremer, seus pés começaram a tremer, seus braços... Ele a viu, estava bem diante dos seus olhos. Seus cabelos longos até a cintura pretos, seus olhos o analisavam, com a mesma expressão da fotografia, seus olhos... Estavam normais eram verde água, James nunca vira olhos como aqueles. Estava vestindo o mesmo vestido branco da fotografia, só que agora ela estava sentada na frente aonde James estava, o fitando. James gritou. Ela bufou.
- Dá para ser menos melodramático?
James não conseguia parar de piscar, sua imagem era meia distorcida... Quase como se uma TV não pegasse direito, ela estava sorrindo.
- O-O que é você?Eu só posso estar sonhando... - Resmungou James ainda com as mãos ao redor das suas pernas. Não parava de olhar para ela. Ela era linda. Claramente, James estava fantasiando ou algo assim. Se beliscou.
Quando ela riu, seu riso abafou toda a biblioteca. Ela olhou para o braço onde James tivera se beliscado.
- Provavelmente você não está fantasiando ou que quer que passou pela sua mente... Quanta indelicadeza.
Ele procurou pela porta, tinha que sai dá li.
- Eu fiquei louco, foi isso. - Disse para si mesmo tentando em vão se levantar. Ela transpassou com a mão o ombro de James. James enrijeceu com o toque. Era verdade. Começou a surtar. - Você... Não pode ser real, meu Deus isso tudo é uma loucura.
Ela sorriu declarando dentes brancos e delicados.
- Sou apenas parte da "loucura" que esta casa é. - Disse ela com a voz triste e abaixou a cabeça. James parou para olha-lá, tinha que sair dá li. Repetiu para si, mas não... É claro que não.
- O que você é? - Perguntou novamente recuando um pouco para trás. Ela ergueu a cabeça o fitando. Deu-se meio sorriso. James só conseguia piscar e tremer.
- Como vocês chamam nos tempos de hoje?Fantasmas ou espectros? - Disse suavemente, o que foi uma péssima ideia. James gritou novamente, esbugalhou os olhos. Cutucou o ser que estava na sua frente, seu dedo passou-se por ela. James arfou. - Você sempre grita?
James engoliu em seco.
- Ah, fala sério que você é um fantasma. - Disse atropelando-se nas palavras. - Então James finalmente se rendeu á sua não lucidez e agora tem o dom de ver fantasmas de meninas mortas. - Disparou para si mesmo.
Ela endireitou a cabeça ficando a poucos centímetros dele. E então puft. Tinha sumido. James sobressaltou-se, onde ela havia parado?A porta de repente rangeu e se abriu. O ar voltara ao normal, mas James... Seu coração ainda estava acelerado, não tinha mais respiração. O que era tudo aquilo?Levantou-se correndo e antes de ir para a porta se viu pegando o livro que estava a fotografia.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Estrada vazia.



Parecia que Marie já estivera prevendo tudo. O que aconteceria naquela noite. Seus pais estavam planejando viajar fazia tempos. Iriam  até a casa da avó de Marie. Disseram a ela que iriam viajar para matar saudades de sua avó, mas a verdade era que sua avó estava morrendo, o único pedido foi que ela visse Marie pela última vez. Pensaram que ela não sabia o que eles estavam encobertando, mas Marie sabia. Era uma sexta-feira e eles haviam saído de casa já fazia uma hora. Estavam na estrada. O relógio de Marie marcou 21:30hr. Olhou para a janela do carro, estava toda embaçada. Seu pai dirigia calmo ao voltante, ao lado estava sua mãe dormindo. Ela estava no banco de trás. Estava chovendo muito naquela noite. O clima porém, estava abafado. Marie começou a soar de repente.
- "Pai, aonde estamos indo?" - Marie lembrou que no dia do acidente havia perguntado ao pai.
- "Para a casa da sua avó, o caminho sempre foi esse Marie" - Mas para Marie o caminho estava diferente, mais escuro do que as raras vezes em que eles tinham ido visitar sua avó. Estava muito escuro. Por incrível e clichê que pareça estava um nevoeiro muito denso. Marie percebeu que seu Pai teve que focar com precisão a estrada. Deixou a "neura" e foi até a janela, limpou a janela com os dedos. Não dava para enxergar nada, mas Marie viu. Fora do carro ela avistou uma pessoa. - Não sabia se era homem, mulher, criança, pois a imagem era muito distorcida, sem nexo. - Estava usando uma capa preta. Estava andando na mesma velocidade do carro. Olhou para baixo, pareceu que tinha visto a pessoa flutuar e não andar. Marie estremeceu. Ficou ereta em seu assento, olhando vagamente para frente, mas parecia que ela sentia a pessoa se aproximando do carro. Cada vez mais. Queria gritar ao seu pai que saísse dá li. Estava aflita. Não conseguiu gritar, parecia que sua voz fora retirada de seu corpo. Marie estava gritando, mas seu pai não a ouvia, sua mãe muito menos. Foi ai que o acidente aconteceu. Marie foi tocar o ombro do pai, ele olhou para trás e no mesmo segundo um caminhão vindo do nada bateu no carro deles. Fazendo-os capotar várias vezes. Marie só conseguiu ver seu pai arregalando os olhos enquanto batia a cabeça na janela do carro. Vislumbrou sua mãe que estava com sangue em sua testa. Marie desmaiou.
Depois disso, Marie só sabe que a ambulância não chegou lá a tempo de salvar todos. Seu pai estava morto, sua mãe morrera dormindo e ela sobrevivera de um modo inexplicável, nem os médicos sabiam como a garota pareceu morrer e voltar da morte. Marie porém, preferiria ter morrido junto ao seus pais. Enquanto anda pelo orfanato, revivendo cada detalhe do acidente, ela sabe que não havia só ela e seus pais naquela estrada. Havia a pessoa negra do lado de fora, que Marie sentiu se aproximar. Não entendia de onde tinha vindo aquela camionete, mas sabia que era algo relacionado aquela pessoa flutuante. Dias depois Marie contou-lhes aos médicos o que tinha visto. O que foi uma péssima e má ideia. Eles a colocaram num internato para loucos. E dá li Marie nunca saiu. Dizem que ela ainda vê a pessoa de capa preta. Dizem também que depois de vários "encontros" dela com a pessoa desconhecida que flutuava, Marie ficou louca. Depois...Depois acabou se enforcando. Marie tinha apenas 14 anos, quando o acidente aconteceu . Morrera aos 20. E desde então as "enfermeiras" do internato vêem ouvindo vozes no quarto em que Marie estava hospedada, nunca podendo colocar alguém ali. Risco de morte.